domingo, 26 de fevereiro de 2012


O PARADIGMA DA EUROPA (UNIDA OU DESUNIDA)

Nos últimos tempos temos ouvido na comunicação social, que alguns países do “Euro”, da “União Europeia” ou da Europa pretendem deixar cair a Grécia.
Como puderam constatar mencionei o “Euro” e a “União” como se fossem diferentes conceitos de Europa!

Mas, na realidade, todos teremos de fazer parte de uma Europa Unida e quando digo “todos “refiro-me mesmo a todos os países do velho continente, porque ao contrário do que pensam Alemães e Franceses que ainda vivem ou sonham com os períodos históricos em que os seus países representavam Impérios, a realidade de hoje é esta que vos vou agora apresentar.

EUA: 300 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a mesma cultura e um objectivo comum.

CHINA: 1200 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a mesma cultura e um objectivo comum.

EUROPA: 400 milhões de habitantes diferentes línguas, diferentes culturas, diferentes objectivos.

Se não criarmos regras e conceitos que nos possam albergar a todos dentro de um objectivo comum, então mais vale desistirmos já e seguir cada um o seu caminho, porque um cidadão Alemão não é igual a um cidadão Grego ou Português! Se os Gregos aplicaram mal o dinheiro que lhes foi entregue ou se deturparam e esconderam os números da sua economia, foi porque as instituições europeias assim o permitiram! Só podemos aprender com os erros, repará-los rapidamente, penalizar e exigir mais daqueles que não cumpram os objectivos se a isto acrescermos o respeito pelas diferentes culturas que todos os Países representam! Porque a nossa força reside na União.

A União Europeia é um farol para o Mundo em que podemos demonstrar que os povos podem viver em comunhão e com objectivos que visam o bem comum das populações de vários países.

O EMPREGO
A partir do momento em que permitimos que produtos “made in China” invadissem a Europa sem impor medidas que controlassem a qualidade dos mesmos, em que condições foram produzidos, tanto humanas como ambientais (porque o ambiente na china raramente é acautelado e os direitos humanos raramente são respeitados e muito menos os direitos dos trabalhadores que a Europa passou tanto tempo a lutar para conseguir), abrimos a Caixa de Pandora!

A mão de obra é tanta e tão barata, que todos os países da União Europeia que não possuam tecnologia para acrescentar valor aos produtos que produzem e exportam, estão já a perder e vão perder ainda mais postos de trabalho industriais e outros para uma china que está ávida.

Portanto, exactamente como os EUA fazem, estados menos produtivos que outros, têm de ser ajudados pelos mais ricos e produtivos, para que possamos trazer um equilíbrio à União Europeia para que não haja uma Europa a duas velocidades ou Países ricos a Norte e pobres a Sul.

A MOBILIDADE
Temos de criar condições para agilizar e facilitar a mobilidade dos trabalhadores de diferentes países pela Europa toda, mas apenas os trabalhadores, porque os malfeitores têm de ter a vida dificultada, já que, desde a entrada em vigor do protocolo de Schengen, os malfeitores entram e saem dos países com grande facilidade!
No entanto esta mobilidade poderá permitir que um empreendedor em qualquer parte da Europa saiba que mesmo que na sua região não tenha a mão-de-obra que necessita, poderá requisitá-la rapidamente, permitindo assim a criação de riqueza e de postos de trabalho de que a Europa tanto necessita!

A PRODUTIVIDADE
Em termos de produtividade baseada na mão-de-obra barata, a Europa e os EUA não podem competir com a CHINA.

No entanto podemos apostar fortemente na tecnologia e no valor acrescentado nos produtos porque temos uma vantagem que nem a CHINA ou EUA possuem: temos diferentes culturas de ensino e diferentes culturas de vivência que resultam de sermos uma união de diferentes povos como já atrás mencionei e essa diferença permite à Europa ter as ferramentas para actuar e pensar em várias direcções! Essa é a nossa vantagem: a diferença e não a semelhança!

Se pudermos conjugar a eficiência Alemã com a criatividade Italiana, a confiança Francesa e a capacidade de comunicação Inglesa,  a Técnica de venda Espanhola e as qualidades de muitos outros, teremos uma capacidade muito maior para enfrentar as dificuldades. Mas para isso precisamos realmente de uma União Europeia e não de uma Alemanha ou uma França que às vezes são europeias porque lhes interessa!o

Os nossos políticos têm de governar para os europeus e não para os seus povos e muito menos para as eleições seguintes.

A CULTURA
Neste aspecto a Europa já se encontra bem à frente da China e dos EUA. Apenas perdemos para os EUA na área do espectáculo (o denominado “showbizz”) e, mais uma vez porque não temos uma real União Europeia, pois se houvesse uma maior cooperação e divulgação, o cinema europeu bem como os conteúdos televisivos e a música moderna, estariam a gerar mais receitas e postos de trabalho.

No entanto a Europa é o continente que mais tem a oferecer em actividades culturais e históricas! Afinal, nós somos o “Velho Continente”! Nós tivemos os Gregos, os Romanos, os Descobrimentos, o Renascimento, o Iluminismo, a Revolução Industrial…

Temos o Big Ben, a Torre Eifell, o Coliseu, a Torre de Belém...

O Flamenco, o Fado, a Valsa, a Tarantella…

O Croissant Francês, o pastel de Belém, a cerveja Alemã, o Queijo francês, o vinho italiano e Português, o Iogurte Grego e tanto, tanto mais…

Culturalmente um “comum cidadão” Europeu é uma pessoa muito mais preenchida que um “comum cidadão” Americano, que normalmente apenas sabe que os EUA são o centro do mundo e que o resto do mundo são os outros.

Mesmo em termos de comunicar, usando uma segunda língua em alguns países europeus, não é uma necessidade, é uma questão de sobrevivência!

Infelizmente a mesma desunião que se tem verificado em relação a muitos aspectos é particularmente sentida na questão linguística onde os cidadãos de Países como o Reino Unido ou da França não fazem o menor esforço para comunicar com os seus “concidadãos europeus”.
Sim, “concidadãos”! Porque se nós Europeu quisermos ser uma voz ouvida no mundo ou ter realmente peso num futuro muito próximo, teremos que ser não uma união mas sim um estado federado e para ontem! Porque se assim não for teremos sempre uma brecha por onde interesses de outros possam sempre entrar como se verificou com as agências de Rating!

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