quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A Crise da Dívida em Portugal e na Europa já não é de hoje. E o que aprenderam os Políticos? "ZERO"


Estávamos aqui a preparar uma aula de História e encontrámos estes dois excertos de notícias das últimas décadas do século XIX e princípio do século XX, que traduzem bastante bem não só o Estado deste país face à Monarquia vigente, como o próprio estado da Europa que passava por uma crise financeira. Afinal o que mudou e o que se aprendeu?

“O governo português anda mendigando em Londres um novo                                                                          empréstimo. Os nossos charlatães financeiros não sabem senão estes dois métodos de governo: empréstimos e impostos. (…)
É dinheiro emprestado e dinheiro espoliado. (…) E por fim não é dinheiro aplicado a nenhum melhoramento público; é só dinheiro para pagar juros da dívida e endividar-nos cada vez mais! (…)
É a dívida a multiplicar-se para não faltarem à corte banquetes, festas, caçadas e folias.”

Jornal A Lanterna, 17 de Dezembro de 1870

“Todo o país tem trabalhado, desde 1891, para se desembaraçar da crise, que é a mais profunda que país algum europeu está a atravessar.
É nesta situação angustiosa, que uma família alcunhada portuguesa, com uma dotação fixada pela lei na quantia de 525 000$00 réis –
absolutamente fabulosa para o nosso orçamento e para a nossa pobreza –
que esta família, tendo paços e casas, que o Estado lhes cede gratuitamente, ousou arrancar aos cofres do Estado, com a cumplicidade dos respectivos ministros, somas elevadíssimas! (…)”

Discurso de Afonso Costa (destacado republicano) no Parlamento, 20 de Novembro de 1906