domingo, 26 de fevereiro de 2012


País a saque…

Olá a todos!
Creio que há demasiado tempo estamos a pecar pela nossa inércia generalizada face à situação em que o nosso país se encontra e queria deixar aqui apenas uma pequena nota relativa à (in)segurança!!!
Penso que mais do que nunca vivemos num clima de medo com assaltos generalizados, barbaramente violentos, sem qualquer pudor pela vida humana!!!
Será esta a sociedade em que queremos viver? Será esta a sociedade que queremos legar aos nossos descendentes?
Todos os dias me choco perante a aparente indiferença de quem legisla e de quem se protege com seguranças enquanto os restantes são deixados à sua sorte!
Quero viver num mundo mais humano! Um mundo em que não viramos a cabeça quando alguém é agredido, um mundo em que não fechamos os olhos ou mudamos de canal perante a violência nas notícias que nos chocam mas as quais recebemos com uma aparente resignação de quem sente que nada pode fazer!
Podemos fazer sim! Mais do que isso, temos obrigação de exigir a quem tem poder para efectuar a mudança!
Comecemos pelo nosso país! Quem é que neste momento se sente identificado com a realidade em que vivemos? Quem é que neste momento se sente português quando o seu país está corrompido até ao tutano?
Não vou apontar aquele dedo xenófobo de quem dispara em todas as direcções…vou apenas cingir-me à realidade! Vivemos num eminente período de forte conturbação social que a qualquer momento poderá explodir com sérias consequências! E não falo nisto apenas porque vivemos um período de crise em que muitos esperam e desesperam até à loucura por soluções que nunca surgem! Falo de todos aqueles que roubam, matam e maltratam não para dar de comer a quem nada tem, mas sim, os que se aproveitam da fragilidade das leis, da ordem pública, para dar azo aquilo que têm de pior dentro de si…o seu lado monstruoso, desumano de quem nada respeita, de quem nada teme, porque nada ama!


O PARADIGMA DA EUROPA (UNIDA OU DESUNIDA)

Nos últimos tempos temos ouvido na comunicação social, que alguns países do “Euro”, da “União Europeia” ou da Europa pretendem deixar cair a Grécia.
Como puderam constatar mencionei o “Euro” e a “União” como se fossem diferentes conceitos de Europa!

Mas, na realidade, todos teremos de fazer parte de uma Europa Unida e quando digo “todos “refiro-me mesmo a todos os países do velho continente, porque ao contrário do que pensam Alemães e Franceses que ainda vivem ou sonham com os períodos históricos em que os seus países representavam Impérios, a realidade de hoje é esta que vos vou agora apresentar.

EUA: 300 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a mesma cultura e um objectivo comum.

CHINA: 1200 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a mesma cultura e um objectivo comum.

EUROPA: 400 milhões de habitantes diferentes línguas, diferentes culturas, diferentes objectivos.

Se não criarmos regras e conceitos que nos possam albergar a todos dentro de um objectivo comum, então mais vale desistirmos já e seguir cada um o seu caminho, porque um cidadão Alemão não é igual a um cidadão Grego ou Português! Se os Gregos aplicaram mal o dinheiro que lhes foi entregue ou se deturparam e esconderam os números da sua economia, foi porque as instituições europeias assim o permitiram! Só podemos aprender com os erros, repará-los rapidamente, penalizar e exigir mais daqueles que não cumpram os objectivos se a isto acrescermos o respeito pelas diferentes culturas que todos os Países representam! Porque a nossa força reside na União.

A União Europeia é um farol para o Mundo em que podemos demonstrar que os povos podem viver em comunhão e com objectivos que visam o bem comum das populações de vários países.

O EMPREGO
A partir do momento em que permitimos que produtos “made in China” invadissem a Europa sem impor medidas que controlassem a qualidade dos mesmos, em que condições foram produzidos, tanto humanas como ambientais (porque o ambiente na china raramente é acautelado e os direitos humanos raramente são respeitados e muito menos os direitos dos trabalhadores que a Europa passou tanto tempo a lutar para conseguir), abrimos a Caixa de Pandora!

A mão de obra é tanta e tão barata, que todos os países da União Europeia que não possuam tecnologia para acrescentar valor aos produtos que produzem e exportam, estão já a perder e vão perder ainda mais postos de trabalho industriais e outros para uma china que está ávida.

Portanto, exactamente como os EUA fazem, estados menos produtivos que outros, têm de ser ajudados pelos mais ricos e produtivos, para que possamos trazer um equilíbrio à União Europeia para que não haja uma Europa a duas velocidades ou Países ricos a Norte e pobres a Sul.

A MOBILIDADE
Temos de criar condições para agilizar e facilitar a mobilidade dos trabalhadores de diferentes países pela Europa toda, mas apenas os trabalhadores, porque os malfeitores têm de ter a vida dificultada, já que, desde a entrada em vigor do protocolo de Schengen, os malfeitores entram e saem dos países com grande facilidade!
No entanto esta mobilidade poderá permitir que um empreendedor em qualquer parte da Europa saiba que mesmo que na sua região não tenha a mão-de-obra que necessita, poderá requisitá-la rapidamente, permitindo assim a criação de riqueza e de postos de trabalho de que a Europa tanto necessita!

A PRODUTIVIDADE
Em termos de produtividade baseada na mão-de-obra barata, a Europa e os EUA não podem competir com a CHINA.

No entanto podemos apostar fortemente na tecnologia e no valor acrescentado nos produtos porque temos uma vantagem que nem a CHINA ou EUA possuem: temos diferentes culturas de ensino e diferentes culturas de vivência que resultam de sermos uma união de diferentes povos como já atrás mencionei e essa diferença permite à Europa ter as ferramentas para actuar e pensar em várias direcções! Essa é a nossa vantagem: a diferença e não a semelhança!

Se pudermos conjugar a eficiência Alemã com a criatividade Italiana, a confiança Francesa e a capacidade de comunicação Inglesa,  a Técnica de venda Espanhola e as qualidades de muitos outros, teremos uma capacidade muito maior para enfrentar as dificuldades. Mas para isso precisamos realmente de uma União Europeia e não de uma Alemanha ou uma França que às vezes são europeias porque lhes interessa!o

Os nossos políticos têm de governar para os europeus e não para os seus povos e muito menos para as eleições seguintes.

A CULTURA
Neste aspecto a Europa já se encontra bem à frente da China e dos EUA. Apenas perdemos para os EUA na área do espectáculo (o denominado “showbizz”) e, mais uma vez porque não temos uma real União Europeia, pois se houvesse uma maior cooperação e divulgação, o cinema europeu bem como os conteúdos televisivos e a música moderna, estariam a gerar mais receitas e postos de trabalho.

No entanto a Europa é o continente que mais tem a oferecer em actividades culturais e históricas! Afinal, nós somos o “Velho Continente”! Nós tivemos os Gregos, os Romanos, os Descobrimentos, o Renascimento, o Iluminismo, a Revolução Industrial…

Temos o Big Ben, a Torre Eifell, o Coliseu, a Torre de Belém...

O Flamenco, o Fado, a Valsa, a Tarantella…

O Croissant Francês, o pastel de Belém, a cerveja Alemã, o Queijo francês, o vinho italiano e Português, o Iogurte Grego e tanto, tanto mais…

Culturalmente um “comum cidadão” Europeu é uma pessoa muito mais preenchida que um “comum cidadão” Americano, que normalmente apenas sabe que os EUA são o centro do mundo e que o resto do mundo são os outros.

Mesmo em termos de comunicar, usando uma segunda língua em alguns países europeus, não é uma necessidade, é uma questão de sobrevivência!

Infelizmente a mesma desunião que se tem verificado em relação a muitos aspectos é particularmente sentida na questão linguística onde os cidadãos de Países como o Reino Unido ou da França não fazem o menor esforço para comunicar com os seus “concidadãos europeus”.
Sim, “concidadãos”! Porque se nós Europeu quisermos ser uma voz ouvida no mundo ou ter realmente peso num futuro muito próximo, teremos que ser não uma união mas sim um estado federado e para ontem! Porque se assim não for teremos sempre uma brecha por onde interesses de outros possam sempre entrar como se verificou com as agências de Rating!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012



O nosso País…inho!

Numa singela nota a uma das imensas ditas petas com que o nosso país nos bafeja, eis que me surge uma digna de nota entre tantas outras que me saltam para o colo diariamente:
Tenho uma mãe que trabalhou toda uma vida (bem mais do que os escassos dez anos em que trabalho)!
Estamos a falar de mais de 30 anos de serviço, começados ainda aos 17 anos, num país em que muitos favorecidos nem devem saber o que isto quer dizer e maior parte dos nossos governantes ainda andavam de fralda ou a tentar enquadrar-se nas escolinhas partidárias na ânsia de criar nome e rebuçado para o futuro, que isto sem “doces” políticos não se vai a lado nenhum!!!
Há cerca de um ano e meio viu-se obrigada a despedir-se com justa causa face a longos meses de ordenados em atraso e de suar as estopinhas por um trabalho que assim a agraciou!
Perante esta situação viu-se forçada a ir engrossar as listas de desemprego sem esperança de emprego. Sim, porque quem lá vai na esperança de receber um emprego desengane-se! Ainda mais tendo em conta que, segundo este país que não é para velhos, nem para novos, apenas um país de “catroguices”, “cavaquices”, “socratices” e “coelhices”, com mais de cinquenta anos já não se está apto para trabalhar! Aliás, o mal começa a partir dos 35!!!É vê-los já velhos e de andarilho a percorrer as nossas ruas e a jogar dominó nos parques!!!
Claro está que se formos ver bem se calhar estamos mesmo velhos com 35 anos! Então se os políticos passam pelo “poleirinho” e em meia dúzia de tempo de serviço já têm direito à reforma, é porque trabalhar é mesmo desgastante de facto! E o cansaço que a coisa dá!
Mas não fugindo ao assunto que me trouxe: tentou então a minha mãe perceber se poderia ter a reforma antecipada já que descontou longos e longos anos para a poder obter e…qual não foi o espanto (se é que isto ainda nos espanta) que ficaria a ganhar menos do que o ordenado mínimo se o fizesse antes dos 65!!!E digamos que, se o fizer nessa altura também não ganhará muito mais!
Decidiu-se por ficar como está!
Mas como se não bastasse agora e após muita insistência do Centro de Emprego e para não perder o subsídio a que tem direito, teve que ir estudar! Sim, estudar à noite! Estudar à noite para fazer uns créditos para ter o 12.º ano completo, evidentemente que não para arranjar um emprego, porque esse já só existe a muitos anos-luz e num Universo paralelo, mas sim para agradar às massas e fazer de conta que se está a fazer alguma coisa de útil, enquanto muitos mais novos se arrastam pelos cantos ociosos e à espera de subsídios de reinserção e rendimentos mínimos garantidos (não generalizando, claro).
E lá anda ela então, não digo feliz e contente porque seria uma mentira mas sim contrariada e resignada numa atitude de quem já nada espera deste país.
Mas, para cúmulo dos cúmulos, tem que ir de quinze em quinze dias, como tantos desgraçados neste país, “picar o ponto” à Junta de Freguesia, numa espécie de termo de identidade e residência no qual se enquadram bandidos e trabalhadores, para fazer prova que faz procura activa de trabalho e levar uma carimbadela no papelinho!
Eis então o seu espanto quando hoje chegou à Junta e o seu nome não constava das estatísticas de quem recorria ao subsídio de desemprego! E porquê perguntam vocês? Ora para quem está mais atento a resposta já o atingiu: porque a inscreveram nos estudos nocturnos e assim “faz-se de conta” que é menos um a engrossar a enorme taxa de desemprego deste país e a vergonha em que ele se está a tornar!!!
E como diria o nosso saudoso Fernando Pessa: “E esta hein?”

Ilações da Crise:


Homens gananciosos criaram a crise que afectou o mundo e que está a pôr em causa os fundamentos em que se baseou o capitalismo durante décadas: que todos têm uma oportunidade de serem alguém desde que vivam num país em Democracia e que abrace o Capitalismo.

Mas infelizmente esta crise provou que não é bem assim, porque um cidadão que viva num País como os EUA tem condições e factores que alguém que vive em Portugal não possui!

Mas na sua ganância exagerada, estes homens e mulheres, conseguiram fazer o que durante anos as organizações humanitárias vinham alertando, bem como as organizações ecológicas e os defensores dos animais!

Precisamos de um Mundo sustentável e uma partilha do mesmo mais equitativa!

Tem de deixar de haver o 1% do mundo com tudo e o restante 99% com os restos!

Assente nesta ideia, é importante perceber que na crise também há a possibilidade de explorar de forma positiva as situações que nos surgem:

Nº 1 – Abrir os olhos para o maior número de pessoas possível para lutarem por um mundo partilhado.

Nº 2 – Exigir dos Governos maior fiscalização e regulamentação dos mercados de capitais e da banca, taxando fortemente esses lucros astronómicos para que possam ser distribuídos pelos menos favorecidos da sociedade.

Nº 3 – Obrigar os países exportadores de armas a efectuar um relatório anual detalhado com todas as exportações efectuadas.

Nº 4 – Exigir dos Governos uma maior sensibilidade em relação à preservação do nosso mundo animal e vegetal, para que possamos todos viver em harmonia.

Nº 5 – Permitir que o Terceiro Mundo tenha finalmente “canas de pesca para pescar” e não peixe já pescado e entregue por outros que buscam apenas interesses.

Nº 6 – Fomentar diariamente o fim da corrida às armas em todo o planeta para que um dia não nos matemos a todos e fomentar a aplicação dos milhões usados para o desenvolvimento de armas, em  prol do bem do Homem, e não para a sua morte.

Nº 7 – Estimular diariamente o fim da ideia hipócrita de que uns têm direito a possuir mais do mundo do que outros, em que uns pagam 50 € por uma refeição e outros vivam com 1€ por dia!

Nº 8 – Para quê pagar tanto por artigos de determinada marca se todos nascemos sem marca? De que cor é o sangue do homem rico ou do homem pobre, do nobre ou do vagabundo?

Nº 9 – Incentivar o Homem a terminar com o racismo a xenofobia porque somos todos iguais e sem ar, água ou comida, brancos, pretos, amarelos ou vermelhos todos iremos morrer.

Nº 10 – Aproximar as religiões para acabarmos com a violência religiosa porque todas elas afirmam no seu âmago que a Entidade superior quer o nosso bem. Todas elas têm bases comuns e apelam ao bem entre os homens e à compreensão do próximo.


A segunda Batalha de El Alamein será sempre lembrada como o início da derrocada das forças do Eixo no Norte de África e um dos marcos decisivos na Segunda Guerra Mundial.

Após essa batalha Winston Churchil pronunciou o seguinte "Isto não é o fim. Não é sequer o princípio do fim. Mas é, talvez, o fim do princípio.".

E que princípio poderá ser este que estamos a assistir neste início do Século XXI? Não é o fim de uma era desigualdades entre humanos, nem o princípio do fim da fome no Mundo mas sim o fim do princípio de uma mudança de mentalidades no Homem, que se espera que continue para lá do princípio anunciado!

sábado, 4 de fevereiro de 2012


Uma peça na engrenagem

"Todo o tempo é composto de mudança", disse-o Luís Vaz de Camões. Todas as épocas
têm as suas particularidades e todas as vontades são resultado do tecido social e económico vigente.
Toda a História é uma lição. Uma lição mal aprendida e repetida em intermináveis erros que nos têm conduzido inevitavelmente às mesmas clivagens, aos mesmos receios e à mesma realidade: um fosso intransponível entre ricos e pobres.
Talvez, olhando para trás no tempo, estejamos a viver na época em que mais nos aproximamos de uma pressuposta igualdade, ou, pelo menos, uma maior abertura a todos de mais oportunidades e por tal, ousámos sonhar mais alto!
Mas na verdade não será toda essa aparente abertura um véu de encobrimento de uma realidade em que apenas alguns efectivamente, exercem o poder, enquanto outros se subjugam com maior ou menor resignação?
Está na hora de dizer um basta!
Não um "basta" ao regime democrático, não um "basta" ao Capitalismo mas sim um "basta" à injustiça social na qual temos vivido desde sempre, desde que o mundo é mundo e que o Homem é Homem!
De facto poder-se-ia pensar que não passamos de pequenos parafusos na engrenagem da grande máquina social, complexa, senhora de si, que crê funcionar de forma autónoma, sem controlo, sem dono, sem mestre.
Mas se apenas uma peça se solta dessa engrenagem, ainda que a máquina não ceda, pode já não funcionar em plena forma, do seu modo egoísta e despreocupado, com uma clara ausência de escrúpulos.
E se essa pequena peça suportasse outras peças que, face à sua ausência, se vão afrouxando e soltando da grande máquina até caírem, a máquina não terá mais força para andar e acabará por ceder e talvez nunca mais consiga ser reparada! Porque a verdade que nos falta pronunciar alto é esta: cada peça é fundamental, única e insubstituível. Cada peça é uma peça chave para que o mecanismo funcione! O mecanismo, que se julga autónomo, não funciona com peças enferrujadas ou frouxas. O mecanismo que se julga autónomo precisa de ser oleado para que trabalhe sempre bem. Não oleá-lo em excesso para se tornar gorduroso e ganhar um excesso de força que acredita natural mas que ultrapassa a sua verdadeira capacidade de trabalho! Precisa de ser oleado na medida certa para que colabore sem queixas ou limitações, para que não emperre ou parta, para que não deseje deixar de funcionar.
Talvez seja a altura de perceber que a singela peça da engrenagem é importante! Porque cada peça tem o seu espaço próprio, cada peça encaixa onde deve encaixar, cada peça desempenha a sua função e cada peça precisa de outra peça para fazer a diferença!