O
PARADIGMA DA EUROPA (UNIDA OU DESUNIDA)
Nos
últimos tempos temos ouvido na comunicação social, que alguns países do “Euro”,
da “União Europeia” ou da Europa pretendem deixar cair a Grécia.
Como
puderam constatar mencionei o “Euro” e a “União” como se fossem diferentes
conceitos de Europa!
Mas,
na realidade, todos teremos de fazer parte de uma Europa Unida e quando digo “todos
“refiro-me mesmo a todos os países do velho continente, porque ao contrário do
que pensam Alemães e Franceses que ainda vivem ou sonham com os períodos
históricos em que os seus países representavam Impérios, a realidade de hoje é
esta que vos vou agora apresentar.
EUA:
300 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a mesma
cultura e um objectivo comum.
CHINA:
1200 milhões de habitantes, quase uma mesma língua em todo o território, a
mesma cultura e um objectivo comum.
EUROPA:
400 milhões de habitantes diferentes línguas, diferentes culturas, diferentes
objectivos.
Se
não criarmos regras e conceitos que nos possam albergar a todos dentro de um
objectivo comum, então mais vale desistirmos já e seguir cada um o seu caminho,
porque um cidadão Alemão não é igual a
um cidadão Grego ou Português! Se os Gregos aplicaram mal o dinheiro que
lhes foi entregue ou se deturparam e esconderam os números da sua economia, foi
porque as instituições europeias assim o permitiram! Só podemos aprender com os
erros, repará-los rapidamente, penalizar e exigir mais daqueles que não cumpram
os objectivos se a isto acrescermos o respeito pelas diferentes culturas que todos
os Países representam! Porque a nossa força reside na União.
A
União Europeia é um farol para o Mundo em que podemos demonstrar que os povos
podem viver em comunhão e com objectivos que visam o bem comum das populações
de vários países.
O EMPREGO
A
partir do momento em que permitimos que produtos “made in China” invadissem
a Europa sem impor medidas que controlassem a qualidade dos mesmos, em que condições foram produzidos, tanto humanas como
ambientais
(porque o ambiente na china raramente é acautelado e os direitos humanos
raramente são respeitados e muito menos os direitos dos trabalhadores que a
Europa passou tanto tempo a lutar para conseguir), abrimos a Caixa de
Pandora!
A
mão de obra é tanta e tão barata, que todos os países da União Europeia que não
possuam tecnologia para acrescentar valor aos produtos que produzem e exportam,
estão já a perder e vão perder ainda mais postos de trabalho industriais e
outros para uma china que está ávida.
Portanto,
exactamente como os EUA fazem, estados menos produtivos que outros, têm de ser
ajudados pelos mais ricos e produtivos, para que possamos trazer um equilíbrio à
União Europeia para que não haja uma Europa a duas velocidades ou Países ricos
a Norte e pobres a Sul.
A MOBILIDADE
Temos
de criar condições para agilizar e facilitar a mobilidade dos trabalhadores de
diferentes países pela Europa toda, mas apenas os trabalhadores, porque os
malfeitores têm de ter a vida dificultada, já que, desde a entrada em vigor do
protocolo de Schengen, os malfeitores entram e
saem dos países com grande facilidade!
No
entanto esta mobilidade poderá permitir que um empreendedor em qualquer parte
da Europa saiba que mesmo que na sua região não tenha a mão-de-obra que
necessita, poderá requisitá-la rapidamente, permitindo assim a criação de riqueza
e de postos de trabalho de que a Europa tanto necessita!
A PRODUTIVIDADE
Em
termos de produtividade baseada na mão-de-obra barata, a Europa e os EUA não
podem competir com a CHINA.
No
entanto podemos apostar fortemente na tecnologia e no valor acrescentado nos
produtos porque temos uma vantagem que nem a CHINA ou EUA possuem: temos
diferentes culturas de ensino e diferentes culturas de vivência que resultam de
sermos uma união de diferentes povos como já atrás mencionei e essa diferença
permite à Europa ter as ferramentas para actuar e pensar em várias direcções! Essa
é a nossa vantagem: a diferença e não a semelhança!
Se
pudermos conjugar a eficiência Alemã com a criatividade Italiana, a confiança
Francesa e a capacidade
de comunicação Inglesa, a Técnica de venda
Espanhola e as qualidades de muitos outros, teremos uma capacidade muito maior
para enfrentar as dificuldades. Mas para isso precisamos realmente de uma União Europeia e não de uma Alemanha ou uma França que às vezes são
europeias porque lhes interessa!o
Os
nossos políticos têm de governar para os europeus e não para os seus povos e muito
menos para as eleições seguintes.
A CULTURA
Neste
aspecto a Europa já se encontra bem à frente da China e dos EUA. Apenas
perdemos para os EUA na área do espectáculo (o denominado “showbizz”) e, mais
uma vez porque não temos uma real União Europeia, pois se houvesse uma maior
cooperação e divulgação, o cinema europeu bem como os conteúdos televisivos e a
música moderna, estariam a gerar mais receitas e postos de trabalho.
No
entanto a Europa é o continente que mais tem a oferecer em actividades
culturais e históricas! Afinal, nós somos o “Velho Continente”! Nós tivemos os
Gregos, os Romanos, os Descobrimentos, o Renascimento, o Iluminismo, a
Revolução Industrial…
Temos
o Big Ben, a Torre Eifell, o Coliseu, a Torre de Belém...
O
Flamenco, o Fado, a Valsa, a Tarantella…
O
Croissant Francês, o pastel de Belém, a cerveja Alemã, o Queijo francês, o vinho
italiano e Português, o Iogurte Grego e tanto, tanto mais…
Culturalmente
um “comum cidadão” Europeu é uma pessoa muito mais preenchida que um “comum
cidadão” Americano, que normalmente apenas sabe que os EUA são o centro do
mundo e que o resto do mundo são os outros.
Mesmo
em termos de comunicar, usando uma segunda língua em alguns países europeus, não
é uma necessidade, é uma questão de sobrevivência!
Infelizmente
a mesma desunião que se tem verificado em relação a muitos aspectos é particularmente
sentida na questão linguística onde os cidadãos de Países como o Reino Unido ou
da França não fazem o menor esforço para comunicar com os seus “concidadãos
europeus”.
Sim,
“concidadãos”! Porque se nós Europeu quisermos ser uma voz ouvida no mundo ou
ter realmente peso num futuro muito próximo, teremos que ser não uma união mas sim um estado federado e para ontem! Porque
se assim não for teremos sempre uma brecha por onde interesses de outros possam
sempre entrar como se verificou com as agências de Rating!