domingo, 20 de maio de 2012


Complexidade do ser:

Há uns tempos, numa dessas conversas de circunstância, que na realidade nada teve de banal, dei por mim num interessante dialogo com uma aluna minha: somos o que pensamos ou pensamos o que somos?
Na realidade vejo-nos como sendo mais do que aquilo que pensamos porque a mente humana tem complexidade de raciocínio que ultrapassa muito mais do que aquilo que aparentemente vemos.
A bem dizer, isto dava pano para mangas e fez-nos encetar uma conversa que muito passava para lá dos limites da aula de História e prosseguia pelos meandros da complexidade filosófica do ser, do parecer, do ambicionar ser e do que de facto se é.
Fez-me pensar e eu gosto de pensar!
Infelizmente concluí que muitos nunca chegam a fazê-lo! Muitos tomam o certo por garantido, o óbvio como a verdade, o visível como real! 
Mas seremos apenas só isso?
Acho que o nosso cérebro é muito mais complexo do que uma qualquer explicação que possa aqui aspirar a dar!
A conversa deslizou solta para variadíssimas temáticas como o acaso e o destino, o controlável e o incontrolável, o psicopata e as razões motivacionais – o ser naturalmente bom ou naturalmente mau – as opções aparentemente voluntárias ou induzidas e por aí fora.
E depois de tanto aceso debate e especulações a que damos curso, apenas consegui concluir que é um mistério o ser ou não ser.
Somos supostamente a criatura mais complexa e evoluída na Natureza no entanto idealizamos os actos mais cruéis para com o nosso semelhante; somos simultaneamente o mais destrutivo mas aquele que é capaz das obras mais grandiosas; somos senhores racionais e emocionalmente fortes e dominantes, mas se abrirmos bem os olhos, a mente e o coração, somos capazes de aprender com os animais o verdadeiro sentido de altruísmo, afecto e amor incondicional.
Temos um cérebro imenso para explorar, mas perdemo-nos nas banalidades diárias, nas preocupações supérfluas, sem lhe dar o devido uso.
Acreditamos ser donos de tudo mas não conseguimos controlar o nosso fim.
Por isso pergunto-me: haverá uma centelha divina que tudo controla, uma alma que nos enche, ou seremos apenas resultado de uma imensa complexidade de circuitos neurológicos? 

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