sábado, 10 de março de 2012


Errar é humano?

Vivemos e crescemos impregnados desta ideia tão desvirtuosa de que "errar é humano".
Tal se deve ao peso imenso que tem na nossa sociedade a cultura judaico-cristã na qual imbuímos a nossa forma de estar e de nos comportarmos!
"Errar é humano" não é mais do que uma frase feita que induz a nossa forma de estar há mais de dois mil anos!
Assentamos a nossa mente no pressuposto de que somos seres imperfeitos em busca constante de aprendizagem, de crescimento, mas sempre sabendo que jamais poderemos atingir essa perfeição, pois ela é um privilégio dos deuses e não dos comuns mortais.
Mas não foi sempre assim! Na Antiguidade Clássica e no apogeu das Antigas Civilizações, buscava-se o ideal de perfeição quer no corpo quer na mente - mens sana in corporem sanum - privilegiando-se o ser humanista.
E porque não ir beber novamente dessa fonte de conhecimento e dessa máxima de vida?
É galopante uma mudança social de mentalidades que deixe de nos encarar como números, como peças substituíveis, e nos passe a encarar pelo valor que temos.
Ao invés de nos assustar e de nos tornar seres temerosos que fazem e obedecem por repetição, porque não encarar-nos pela virtude e pelo nosso crescimento enquanto pessoas individuais?
Errar não tem que ser humano, embora faça parte de nós e da nossa formação de princípios. Mas poderá contudo ser o mote para crescermos enquanto pessoas, superar-nos a nós próprios e valorizando-nos pelo que somos, aplaudindo-nos mutuamente e convidando-nos a darmos o nosso melhor, não em prol da massificação profissional da força de trabalho descaracterizadora do indivíduo, mas sim, com base no ser único, individual, capaz, que se distingue pelo seu mérito e merece reconhecimento por tal!

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